Estudantes e profissionais já graduados têm procurado saber como se tornar corretor de imóveis, seja porque este é um ramo de atuação bastante promissor ou simplesmente pelo desejo de mudar de profissão. 


A carreira de corretor está em evidência por garantir bons rendimentos, isso por conta dos altos investimentos na área de construção e também pela estabilidade do setor imobiliário. Assim, quem escolhe trabalhar com venda e aluguel de casas pode ter um retorno financeiro atrativo no presente e no futuro. 


No entanto, justamente pelo fato de muitos profissionais quererem migrar para esta área, o mercado está bastante concorrido. Desta forma, é importante seguir alguns passos para ingressar na carreira preparado o suficiente para se destacar entre os demais.


Preparamos, neste artigo, um guia completo sobre como se tornar corretor de imóveis e um passo a passo de como adentrar nesse mercado com todas as especificidades que esta carreira exige. Confira!


O que faz um corretor de imóveis?


Também conhecido como corretor imobiliário, o corretor de imóveis tem a responsabilidade de acompanhar todos os processos que se referem a transações imobiliárias junto ao cliente. Estes passam pela escolha do imóvel e por todas as burocracias que dizem respeito às operações, seja para imóveis residenciais ou comerciais. 


De acordo com a Lei Federal n° 6.530/78, que regulamenta a profissão do corretor de imóveis, o papel deste profissional é o de intermediar os processos de venda, aluguel, compra e permuta de imóveis comerciais ou residenciais. 


Além destas funções, o corretor de imóveis pode, ainda, avaliar e captar imóveis, administrar condomínios, cuidar de carteiras imobiliárias e auxiliar a providenciar os documentos necessários para as operações.


Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), as atribuições de um corretor de imóveis são, entre outras:


  • Elaborar estratégias de comercialização de imóveis; 
  • Entrevistar clientes;
  • Pesquisar mercados; 
  • Captar imóveis; 
  • Solicitar a documentação para a realização das transações imobiliárias; 
  • Administrar imóveis;
  • Intermediar compra, venda, aluguel ou permuta de imóveis; 
  • Prestar assessoria ao cliente após a transação. 


Como se tornar um corretor de imóveis?


Uma vez que esta é uma profissão regulamentada por Lei Federal, é necessário que aquele que deseja se tornar um corretor de imóveis seja registrado no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI).


Esta credencial é conferida a profissionais que possuem o título de Técnico em Transações Imobiliárias, formação no curso tecnológico de Ciências Imobiliárias ou, ainda, o bacharelado em Ciências Imobiliárias. 


Qual a formação de um corretor de imóveis?


Para se tornar um corretor de imóveis, o interessado pode ser graduado em áreas distintas, que não tenham nenhuma correlação direta com esta. 


No entanto, é imprescindível possuir a formação técnica, superior tecnológica ou o bacharelado em Ciências Imobiliárias para, desta maneira, estar apto a tirar o registro junto ao CRECI. 


Apresentamos, a seguir, mais detalhes sobre cada uma das formações que conferem ao interessado em se tornar um corretor de imóveis a habilitação para atuar nesta área: 


Curso técnico em transações imobiliárias


Esta formação técnica possui reconhecimento do Ministério da Educação (MEC) como um curso técnico de nível médio e está cadastrada na área de Gestão de Negócios. 


Com apenas um ano de duração ou até menos, o curso técnico em transações imobiliárias é uma excelente opção para profissionais que desejam migrar de área ou dar início a jornada profissional como um corretor de imóveis. 


Ao longo da formação, o estudante aprende sobre as legislações e os parâmetros que regem a ocupação e o uso de imóveis, além de quais são os documentos necessários para cada tipo de transação, entre outros tópicos imprescindíveis para o exercício da profissão. 


É possível fazer o curso técnico em transações imobiliárias tanto na modalidade de ensino à distância (EAD), quanto presencialmente.


Curso tecnológico em Ciências Imobiliárias


Para aquele que deseja se tornar um corretor de imóveis e ainda obter um diploma de ensino superior, a melhor opção é, certamente, o curso tecnológico de Ciências Imobiliárias.


A duração desta formação é consideravelmente curta, com a média de dois a três anos. Neste percurso, o estudante tem a possibilidade de aprender sobre a prática da profissão de maneira mais aprofundada do que no curso técnico. 


A graduação permite que o estudante tenha contato com disciplinas que o capacitam para realizar avaliações no mercado imobiliário, além de matérias que explicam profundamente sobre a legislação aplicada a este ramo. 


Entre as instituições que contam com a faculdade de corretor de imóveis na habilitação de tecnólogo, tanto na modalidade EAD quanto no ensino presencial, no entanto, todas as opções são pagas.


Bacharelado em Ciências Imobiliárias


Os cursos que apresentamos até agora estão disponíveis em diversas instituições de ensino e têm duração de até três anos.


Por outro lado, o bacharelado em Ciências Imobiliárias está presente no catálogo de somente uma instituição de ensino em todo o Brasil. A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) é a única que oferece esta formação.


Com quatro anos e meio de duração, este curso de graduação gratuito é multidisciplinar, contando com matérias específicas do setor, como História da Arquitetura Regional, Introdução às Atividades Imobiliárias, Operações Imobiliárias, Avaliação de Imóveis, Matemática Financeira, Pesquisa Mercadológica, entre outras. 


Além destas, o curso também conta com disciplinas gerais, como Sociologia, Psicologia Organizacional, Língua Portuguesa, Planejamento Estratégico, Estatística e Filosofia, por exemplo. 


Estágio de corretor de imóveis


Como em qualquer curso técnico ou superior, o estudante deve cumprir com horas de estágio obrigatório. O número de horas depende das normas de cada instituição de ensino. 


O estágio de corretor de imóveis pode ser feito em imobiliárias. Neste, o estudante tem um contato mais próximo com a prática da profissão, acompanhando negociações, levando o cliente para conhecer imóveis, apresentando a tabela de preços e participando de reuniões, por exemplo. 


É uma excelente oportunidade para que o estudante adquira desenvoltura para se comunicar com os clientes e aprenda na prática os detalhes da profissão.


É por meio do estágio que o aspirante a corretor de imóveis ganha conhecimento suficiente para, por exemplo, realizar prospecções, elaborar contratos e resolver as burocracias jurídicas.


Desta forma, o estágio é o primeiro grande passo que um estudante dá para consolidar sua carreira como corretor de imóveis. É neste momento que fará grande parte de seus contatos mais significativos, que poderão abrir portas valiosas no futuro.


A média do valor da bolsa-auxílio oferecida para o estudante que faz estágio de corretor de imóveis é de R$ 1.900,00 nas capitais e de R$ 800,00 em cidades pequenas e médias.


Quanto ganha um corretor de imóveis


A renda mensal de um corretor de imóveis varia bastante, de acordo com uma série de fatores. A média salarial deste profissional é de R$ 3.008,00. 


No entanto, é importante levar em conta que a maior parte de sua receita é proveniente do percentual da comissão que recebe pelos contratos fechados por venda ou locação de imóveis. 


Uma informação importante sobre o trabalho deste profissional, que diz muito sobre sua remuneração, é que, dificilmente, este é contratado pelas imobiliárias com registro em carteira. 


Desde 2008, o CRECI conta com uma tabela que indica quais são os honorários mínimos para cada tipo de transição imobiliária. Por meio desta tabela é possível ter uma ideia bastante clara e precisa de qual será o valor da comissão conferida ao corretor de imóveis. 


Segundo esta tabela, o comissionamento mínimo sobre o valor da venda do imóvel é de 6%. Desta forma, caso o corretor de imóveis feche um contrato de venda de um imóvel pelo valor de R$ 200.000,00, sua comissão será de R$ 12.000,00. 


No caso da locação, o corretor de imóveis recebe a comissão no primeiro mês vigente do contrato do aluguel, correspondente a uma mensalidade. 


Se, porventura, o profissional administrar locação, a comissão corresponde a 5% a 10% do valor mensal do aluguel. Vale pontuar que, neste caso, ele também será remunerado com essa porcentagem por enviar os boletos para o locador, repassar o pagamento para o proprietário, intermediar conflitos, entre outras atividades. 


Desta maneira, se o corretor fechar um contrato de aluguel no valor de R$ 2.000,00, este será o valor que receberá como comissão no primeiro mês. Esta quantia corresponde à divulgação do imóvel, às visitas e ao fechamento do contrato. 


Mercado de trabalho


Para ingressar no mercado de trabalho como corretor de imóveis, é muito importante que o profissional tenha contatos com outras pessoas do ramo e saiba fazer um bom networking.


Não descuidar da postura, ser objetivo e cordial, são excelentes formas de ganhar a confiança de clientes e colegas de profissão.


Como mencionamos, o mercado de trabalho para o corretor de imóveis está em expansão, com cada vez mais profissionais obtendo capacitação na área. Por este motivo, é bastante concorrido e, dessa forma, é bastante importante conseguir se destacar. 


Isso pode ser feito de diversas maneiras, por meio das redes sociais ou da distribuição de cartões de visita para corretor de imóveis, por exemplo. Também é interessante investir em um site, para que seu trabalho seja divulgado e os clientes captados. 


Além disso, por meio de um Portal de imóveis, o cliente tem mais facilidade de visualizar os que estão à venda ou disponíveis para locação, ampliando as possibilidades de fechamento de contratos. 


Áreas de atuação: corretor de imobiliária ou corretor autônomo?


De acordo com os dados do Conselho Federal de Corretores de Imóveis (Cofeci), o setor obteve, entre 2020 e 2021, um crescimento de 11%. No início da pandemia do novo coronavírus, o número de corretores de imóveis no Brasil era de 390 mil. Já no final de 2021, passaram a ser 490 mil profissionais desta área em atuação no país.


O profissional que atua nesta área pode atuar como funcionário contratado por imobiliárias ou, então, como corretor de imóveis autônomo. Saiba, a seguir, as principais diferenças entre as duas formas de atuação e como estas afetam na remuneração.


Corretor de imóveis autônomo


O corretor de imóveis que atua como autônomo desempenha seu trabalho sozinho, sem superiores, fazendo seus próprios horários, captando clientes de forma independente e, da mesma maneira, realizando a venda ou o aluguel dos imóveis por si só. 


Desta forma, a porcentagem que corresponde à comissão no fechamento de contratos de venda (6%) e locação (primeiro aluguel e 10% para administração) será recebida integralmente por ele. 


Corretor de imóveis de imobiliária


O corretor de imóveis que trabalha em imobiliárias recebe salário fixo e pode ser assegurado pelos direitos que estão previstos na Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Outra opção comum é trabalhar para imobiliária como prestador de serviços.


No entanto, em ambos os casos, por estarem associados a uma imobiliária, os corretores não recebem o valor integral da porcentagem que corresponde à comissão. 


Assim, os corretores responsáveis pela captação e pela venda de imóveis recebem 1,2% do valor do contrato cada um. Desta maneira, se um mesmo profissional conseguiu captar e vender um mesmo imóvel, sua comissão será de 2,4% sobre o total da transação.


Diante disso, muitos profissionais que optam por atuar nesta área concluem facilmente que mais vale a pena ser corretor de imóveis autônomo. Contudo, o registro em carteira garante estabilidade de ganhos mês a mês. 


Antes de decidir a forma como vai trabalhar, é fundamental que o corretor de imóveis conheça seus potenciais clientes e consiga estimar a frequência com que fechará negócio. No setor imobiliário, planejamento e estratégia são essenciais para ascensão profissional.



Fonte: Via Carreira.