A melhor forma de acertar uma previsão é evitá-la; ou então, como a antiga sibila, predizer de forma suficientemente ambígua o futuro, para que todos os resultados caibam numa frase. Acertar o que vem pela frente é sempre mais difícil de explicar o passado – quase nunca o futuro é o que se projetava. É a dança das circunstâncias e seus efeitos. Dito isto – e correndo todos os riscos –, seguem aqui algumas previsões e expectativas para o mercado imobiliário em 2023.
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1) A volta do Minha Casa Minha Vida.
Não, não apenas o nome volta (essa eterna discussão de paternidade de programas), mas, sim, acredita-se em uma possível expansão da habitação econômica. Os motivos são vários: desde orientações de governo até, mais importante, o aumento de valor do imóvel no programa, mais crédito, e, sobretudo, uma demanda latente com pouco estoque disponível nas principais cidades brasileiras; Curitiba inclusive.
2) Aumento da taxa de locação e suas consequências.
O novo censo dirá que o mercado de locação cresceu, devido à renda e à baixa oferta adequada. Nesse sentido, mais empreendedores irão observar como atender a esse mercado de locação. Estamos falando de apartamentos mais compactos e mais centralizados.
3) Mais esforços de construção sustentável.
Houve a COP27, e começa a existir maior pressão ambiental da sociedade como um todo. Esse movimento que já é bem forte no setor, aos poucos vai se disseminar mais. ESG [environmental, social and governance, na sigla em inglês] pode ser mais uma dessas siglas da moda, mas o aspecto ambiental começa a se fazer mais presente nas construções e não será diferente em 2023.
4) Back to the office.
Quem ainda não voltou ao escritório, vai voltar. Claro, com umas folguinhas de sexta-feira e uma segunda em trânsito, que ninguém é de ferro. Apenas para alguns, lembremos.
5) A taxa de juros será o assunto do ano.
Como a relação é direta entre taxa de juros e mercado imobiliário, todos vão querer saber se, quando e quanto baixará a taxa de juros básica da economia. Todo investimento depende dela e, em última instância, o ritmo da mesma condiciona fortemente a construção civil.
Sim, a taxa de juros, arriscamos, será quase o único assunto do setor. Se mais alta e por mais tempo, haverá menos mercado. O contrário é igualmente verdadeiro. Então a pergunta real é: quando vai baixar a taxa de juros? Não arrisco nenhuma previsão. Consultemos as sibilas.
*Marcos Kahtalian é sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica
Fonte: Gazeta do Povo.
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