Entre os anos de 2012 e 2022 o mercado imobiliário capixaba teve uma supervalorização. Foi o que apontou os dados do “Desempenho do Mercado imobiliário Capixaba em 10 anos”, realizado pela Ademi-ES com imóveis nas cidade de Vitória e Vila Velha.
O ciclo analisado pela instituição apontou uma Rentabilidade do Imóvel (RI) superior aos indicadores econômicos tradicionais, registrando uma RI de 149,51%, contra CDI (123,18%), Ibovespa (85,83%) e IPCA (84,08%). A rentabilidade é calculada, considerando a valorização imobiliária, mais uma taxa de retorno com aluguel. A taxa de aluguel foi calculada levando em conta retorno de 0,35% ao mês e uma vacância de 10%.
A pesquisa “Desempenho do Mercado imobiliário Capixaba em 10 anos” analisou imóveis residenciais nas tipologias de 1, 2, 3 e 4 quartos, de médio e alto padrão, lançados no ano base de 2012 em Vitória e Vila Velha. As cidades de Serra e Cariacica não foram contempladas nesta sondagem devido ao reduzido volume de lançamentos no ano base da pesquisa. O mesmo parâmetro se aplica, em separado, ao segmento econômico.
Itapuã e Barro Vermelho lideram avaliações
Os bairros pesquisados em Vitória foram Praia do Canto, que registrou a maior Valorização Imobiliária (VI) entre os locais avaliados na cidade, anotando 128,01%, seguido de Barro Vermelho (123,90%), Jardim Camburi (95,36%) e Bento Ferreira (79,44%). Já em Vila Velha, a sondagem aponta uma VI de 144,60% para unidades localizadas em Itapoã e 134,53% na Praia da Costa, além de 117,55% em Itaparica.
Na prática, um imóvel de quatro quartos na Praia do Canto tinha como preço inicial de venda de R$ 900 mil em 2012. Hoje, o mesmo imóvel é avaliado em R$ 2.052.090,00. No caso de Vila Velha, uma unidade de três quartos em Itapoã foi vendida a R$ 386 mil no ano de 2012 e atualmente tem o valor de R$ 944.156,00 no mercado de imóveis prontos.
De acordo com a análise da Brain Inteligência Estratégica, o bom desempenho do setor deve-se a inúmeros fatores, sendo o mais relevante a relação risco-retorno. “O imóvel é um dos ativos mais seguros para se investir no mundo, com retornos elevados, porém de risco baixo. Em cenários de instabilidade econômica, o investimento em imóveis preserva e aumenta o patrimônio, enquanto outros ativos financeiros oscilam com retração ou perda real de dinheiro. Aliás, os imóveis constituem a maior classe de ativos do mundo. São mais de 330 trilhões de dólares, entre imóveis residenciais, agrícolas (fazendas e sítios) e comerciais (salas, lojas, galpões, shopping, hotéis)”, destaca Fábio Tadeu Araújo, CEO da Brain Inteligência Estratégica.
Cenário favorável para investir no mercado imobiliário
Para Eduardo Fontes, presidente da Ademi-ES, apesar das constantes elevações da taxa Selic, hoje fixada em 13,75% pelo COPOM, o atual momento da economia brasileira, incluindo a capixaba, continua a corroborar o discurso do mercado imobiliário: este é um bom momento para comprar um imóvel.
O primeiro fator a se considerar é que a taxa de juros para o financiamento habitacional não acompanhou as sucessivas correções da taxa Selic, que passou de 2% ao ano em março de 2021 para os atuais 13,75%. No mesmo período, a taxa média do financiamento imobiliário saltou de 6,9% para 9,2%. Este percentual ainda é abaixo da média verificada em períodos igualmente turbulentos da economia nacional.
O segundo está relacionado à lei da oferta e procura. O nível atual de produção de novos empreendimentos registra um patamar compatível com 2006. Hoje, o estoque representa algo em torno de 25% do que está sendo produzido, ou seja, o mercado já experimenta um ciclo de oferta aquém do apetite de consumo da população em algumas regiões nobres e consolidadas das cidades de Vitória e Vila Velha.
“Embora haja uma valorização contínua dos imóveis, a estimativa é que os novos lançamentos cheguem ao mercado com preços atualizados, acompanhando a inflação dos custos de construção, planejamento. Portanto, temos neste momento uma janela de oportunidade para quem deseja adquirir imóveis para moradia ou investimento em condições mais vantajosas”, conclui Eduardo Fontes, presidente da Ademi-ES.
Fonte: ES Hoje.
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