Estrategistas do JPMorgan reiteraram recomendação 'overweight' para ações brasileiras, enquanto avaliam que os mercados permanecerão construtivos, independentemente dos resultados das eleições, conforme relatório a clientes.
Emy Shayo Cherman e equipe destacam que crescimento da economia surpreendeu positivamente, enquanto o ciclo de alta da Selic foi encerrado e há expectativa de queda de 2,5 pontos percentuais na taxa no segundo semestre de 2023.
Também disseram que os valuations continuam interessantes, bem como os resgates locais de fundos dedicados a ações estão desacelerando e os fluxos estrangeiros estão estáveis há dois meses, mas amplamente positivos no ano.
"Nós permanecemos OW em Brasil, mesmo sendo o maior mercado com melhor desempenho do mundo, mesmo em dólares", afirmam no relatório com data de quarta-feira.
Apesar da expectativa de que o desfecho da eleição, qualquer que seja, não altere esse curso, eles não descartam "possíveis contratempos, considerando as muitas incertezas remanescentes no cenário político".
A equipe do JPMorgan chama a atenção para a diminuição na diferença entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da corrida presidencial, previsto para 30 de outubro.
Na véspera, pesquisa Datafolha mostrou Lula com 49% e Bolsonaro com 45%, no limite do empate técnico.
Quanto a Lula, eles observam o mercado no aguardo de um plano de política econômica mais detalhado, especialmente porque ele não divulgou um potencial ministro da Fazenda.
"Uma das premissas pós-primeiro turno era que a lacuna apertada e um Congresso conservador levariam Lula ao centro, pelo menos em questões macro", escrevem no relatório.
"No entanto, parece que o candidato está em uma posição relativamente confortável até agora", acrescentaram, citando que várias pessoas que são pilares em termos de formulação da política econômica manifestaram apoio ao petista.
Os estrategistas do banco norte-americano ressaltam o fato de o mercado também estar comportado de maneira geral, diferente do que aconteceu em 2002, quando o estresse levou Lula a ser mais detalhista nas questões macro.
"Enquanto a maioria de nós continua a se perguntar sobre possíveis ministros da Fazenda que seriam pró mercado, isso continua sendo um grande enigma", disseram, reforçando que desafios fiscais são altos e ainda não estão sendo abordados.
Em relação a Bolsonaro, eles destacaram sinalizações recentes da equipe do atual presidente e candidato à reeleição de que a abordagem de fraude na eleição ficou para trás.
Os analistas também citaram que a equipe de Bolsonaro espera uma vitória, entre outras razões, devido ao apoio do governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema; potencial efeito da disputa no Estado de São Paulo entre Tarcísio de Freitas e Fernando Haddad e aumento da abstenção no Nordeste.
Fonte: Notícias Agrícolas.
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