A incorporadora VCI, responsável por trazer projetos do Hard Rock Hotel para o país, acaba de participar do primeiro FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios) com foco exclusivo no financiamento de projetos de multipropriedade imobiliária do país.


O Itaú BBA foi o coordenador-líder, responsável pela oferta e distribuição das cotas seniores do fundo no mercado de capitais. Na primeira emissão de uma carteira de recebíveis total de R$ 700 milhões, o fundo vai financiar R$ 230 milhões para a conclusão das obras de Fortaleza (CE) e Ilha do Sol (PR). Em janeiro, está prevista uma nova emissão, no valor de R$ 200 milhões.


Por meio da estrutura com prazo indeterminado, a empresa consegue antecipar valores caso tenha necessidade de caixa durante as obras, e recolocá-los no fundo para que possa ter possibilidade de usar esse 'limite' novamente no futuro. Além disso, os juros da antecipação são pagos apenas sobre o valor antecipado, e não sobre a carteira total, o que onera menos o projeto.


Se a estrutura escolhida fosse um Certificado de Recebível Imobiliário (CRI), haveria menos flexibilidade para utilização do valor: ele poderia ser utilizado apenas uma vez, e por prazo determinado.


Como a estrutura dos empreendimentos é bastante pulverizada (o Hard Rock Fortaleza tem 14 mil frações à venda), o projeto demanda maior flexibilidade de caixa para seguir com as obras dentro do cronograma, já que as vendas, mais numerosas, demoram mais para serem concluídas.


É exatamente essa pulverização que atrai o investidor profissional que compra as cotas do FIDC, aponta Samuel Sicchierolli, presidente da VCI. "É muito mais difícil 25 pessoas donas de um mesmo apartamento ficarem inadimplentes ao mesmo tempo do que apenas uma". Em caso de desistência do negócio, o contrato é distratado, assim como em um imóvel tradicional, e a cota é revendida no mercado.



Fonte: Exame.