No acumulado do ano, faturamento foi de R$ 5,8 bilhões, 11% abaixo de 2019, com R$ 6,5 bilhões, mas 226% acima do valor obtido em 2021, de R$ 1,8 bilhão, segundo entidade do setor



O setor de viagens corporativas fechou julho com um faturamento de R$ 987 milhões, 1,8% maior do que julho de 2019, em que registrou R$ 969 milhões. Com esse número, o segmento superou pela primeira vez o pré-pandemia desde o início do caos sanitário, em 2020. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Agência de Viagens Corporativas (Abracorp), nesta terça-feira, e levam em conta o desempenho de 11 setores.


Considerando os números ajustado pelo IPCA, entretanto, o resultado de julho deste ano ainda representa uma queda de 17% na comparação com o fechamento de igual mês de 2019.


No acumulado do ano, o faturamento foi de R$ 5,78 bilhões, ainda 11% abaixo de 2019, com R$ 6,53 bilhões, mas 226% acima do valor obtido em 2021, de R$ 1,77 bilhão.


O destaque em julho foi o segmento aéreo, que faturou R$ 644 milhões, alta de 2,82% em relação ao valor obtido em julho de 2019 — o modal responde por 65% do total da receita do setor. “Porém, se olharmos no número de transações, o mês de julho deste ano é inferior 28% em relação ao mesmo período de 2019. Uma das formas de analisar esses dados é considerar que o perfil do viajante doméstico mudou um pouco”, avalia Gervásio Tanabe, presidente executivo da Abracorp.


Conforme Tanabe, trechos como Congonhas/Santos Dumont e Congonhas/Brasília registraram queda de 30% em bilhetes emitidos comparando julho deste ano com o mesmo mês de 2019. Os valores das tarifas, ao contrário, apresentarem aumento de 27%. Por outro lado, a redução média geral em bilhetes emitidos ficou menor em 15%. “Assim, concluímos que em alguns trechos corporativos o movimento de retomada está mais lento que em outros.”


Outro destaque no perfil de viagens corporativas é o volume de vendas internacionais. “Embora a demanda esteja crescente, o viajante corporativo ainda não retomou o fluxo das viagens internacionais registradas em 2019, parte em função da alta do dólar”, diz Tanabe.


O segmento hoteleiro, o segundo maior em faturamento dentre os 11 setores analisados pela Abracorp, apontou um faturamento de R$ 250 milhões, 0,30% acima do pré-pandemia em julho — sem considerar a inflação.


Segundo a Abracorp, os resultados do mês confirmam a previsão de fechar o ano com faturamento 20% acima de 2019.


Um dos principais desafios pela frente, segundo Tanabe, é conseguir trazer de volta os trabalhadores. O setor de agências de viagens chegou a perder em torno de 50% dos empregos entre 2019 e 2021, em razão da retração das viagens corporativas.


“A mão de obra das agências de viagens é especializada, especialmente no que se refere ao consultor. A tecnologia melhorou muito a usabilidade para o cliente, mas quanto maior a oferta na internet, mais confusa é a comparação de produtos e serviços, fazendo com que o conhecimento técnico do agente de viagens torne-se relevante”, diz Tanabe.



Fonte: Conteúdo publicado originalmente no Valor PRO, serviço de informação em tempo real do Valor Econômico.