O ano de 2021 foi único para a história do mercado imobiliário. Com uma população experimentando as consequências do isolamento social durante o primeiro ano de pandemia, a casa e o conforto passaram a ser mais valorizados. E procurados. As vendas no setor bateram recordes e havia esperança de que 2022 fosse similar.


Instabilidades no cenário nacional e internacional, no entanto, fizeram o ano iniciar com um mau prognóstico. "Começamos 2022 com uma expectativa de um PIB de 0,2%. Agora, em agosto, a previsão é terminar em 2%. Foi uma reversão rápida de expectativas", resume Marcos Kahtalian, sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica, instituição de pesquisa do segmento imobiliário. Kahtalian apresentou uma série de dados e análises aos integrantes da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) na noite da última quinta-feira, 24 de agosto, durante um jantar.


"Ainda assim, 2022 é o segundo melhor ano para a construção civil depois de 2021", constatou Kahtalian. Um burburinho otimista percorreu o salão. Mesmo com a inflação em alta e o cenário político e econômico em crise, a análise dos especialistas é a de que o setor imobiliário está resiliente.


No acumulado do ano, 803.700 mil unidades residenciais foram financiadas no Brasil, uma queda de aproximadamente 15% em comparação ao ano anterior. Segundo dados da Associação Brasileira de Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), o montante financiado nos 12 meses foi de R$ 194,02 bilhões – uma alta de 9,2% em comparação com o mesmo período de 2021. "Se comparar por semestre, há uma queda de -11,7% em relação ao mesmos período do ano anterior. Não é um mau resultado se considerarmos o ano que estamos tendo", analisou o especialista.


O entusiasmo é compartilhado por Luiz Gustavo Salvático, presidente da Ademi-PR: "O setor vinha de um bom ano e esperávamos continuidade. Os números de investimento no Brasil são muito altos: os bancos têm praticamente um PIB anual em valores de investimento privado em seus cofres. As pessoas guardaram dinheiro durante a pandemia e hoje têm acesso à compra do imóvel de uma maneira mais saudável", avalia.



Fonte: Gazeta do Povo.