Segundo estudo do Serasa Experian, crédito para financiamento imobiliário pode ser a categoria mais beneficiada pela abertura do sistema bancário



Uma das principais promessas para a evolução do sistema financeiro, o Open Banking deve impulsionar o mercado de concessão de crédito. É o que aponta um estudo da Serasa Experian, que projeta R$ 94 bilhões a mais em linhas de crédito para os brasileiros nos próximos cinco anos, como resultado da abertura do mercado. 


O setor de financiamento imobiliário, segundo a pesquisa, será o mais impactado no período, concentrando R$ 30,4 bilhões do capital potencial. Em segundo lugar, o segmento de crédito consignado deve atrair R$ 18,1 bilhões, seguido pelo crédito rural (R$ 12,3 bilhões), cartão de crédito (R$ 11,9 bilhões) e aquisição de veículos (R$ 9 bilhões).


A métrica inédita, divulgada com exclusividade à Época NEGÓCIOS, faz parte de um estudo da Serasa Experian divulgado em abril, que mostrou que, em dez anos, o Open Banking tem o potencial de injetar R$ 760 bilhões na concessão de crédito, sendo R$ 460,7 bilhões para pessoas físicas – considerando o potencial total de adesão dos consumidores à modalidade.


Para chegar ao resultado, a Serasa Experian analisou as estatísticas de instituições financeiras fornecidas ao Banco Central para fins exclusivos de monitoramento do crédito, atrelado às informações de uma amostra representativa de consumidores inscritos no Cadastro Positivo em todas as regiões brasileiras.


O recorte dos próximos cinco anos considerou o exemplo da adesão do Open Banking no Reino Unido e comparou a métrica com a realidade do Brasil. Entre os britânicos, a taxa de adesão foi de 20% da população bancarizada até o quinto ano da implementação da iniciativa. 


Segundo o head de Open Banking da Serasa Experian, Leonardo Enrique, as instituições financeiras disponibilizaram R$ 815,2 bilhões em linhas de crédito para a compra de imóveis em 2021. Com o sistema financeiro aberto, o aumento pode ser de 3,7% para o mercado imobiliário no período de cinco anos.


"Ou seja, os dados de Open Banking, transformados em análises acuradas, ampliam a probabilidade dos consumidores terem acesso a um crédito imobiliário, além de beneficiá-lo com uma análise mais rápida e menos burocrática”, explica. “Mais volume de crédito destinado à pessoa física eleva o poder de compra, impactando diretamente o crescimento econômico do país.”


O Open Banking é um sistema de compartilhamento de dados cadastrais e transacionais do cliente, feito sob consentimento, que oferece aos bancos e instituições participantes desse ecossistema mais detalhes da “vida financeira” do indivíduo, possibilitando ofertas de produtos e serviços mais personalizados.



Fonte: Época - NEGÓCIOS.