O mercado Imobiliário vive um boom jamais visto anteriormente. Já tendo superado, inclusive, o último boom vivenciado pelo setor entre 2009 e 2012.


Por mais incrível que isso possa parecer, já que logo no seu início o mercado se retraiu, inclusive com muito temor da eventual crise que o setor poderia enfrentar, a pandemia da Covid 19 potencializou expressivamente o crescimento do segmento. O valor médio do metro quadrado de todas as capitais brasileiras aumentou consideravelmente, puxando também esse aumento em cidades do interior.


A taxa selic extremamente baixa entre 2020 e 2021, na casa de 2%, fez com que a busca por financiamentos imobiliários, em suas diversas possibilidades (IPCA, TR) aumentassem consideravelmente. O novo conceito de casa, que deixou de ser apenas o lugar de descanso, mas passou também a ser o local do trabalho e, também, do lazer, fez com que um número muito expressivo de pessoas buscassem por imóveis maiores e assim contribuiu também para esse crescimento.


Outro nicho de pessoas, principalmente os da “melhoridade”, com filhos já criados e vidas estabilizadas saíram dos imóveis maiores e mais antigos e migraram para os menores e mais modernos, seguros e funcionais, já que essa é uma faixa da população que normalmente já está aposentada e não precisa buscar fazer do seu lar, um home office.


O medo de parte significativa da população em relação aos rumos políticos do país durante a pandemia, aliado ao fato de os investimentos financeiros não terem gerado a rentabilidade esperada, muito em razão do percentual baixo em que se manteve a taxa selic nos últimos anos, também foram fatores que motivaram a população de forma geral, mesmo os que não desejavam mudar-se de residência, em investirem no mercado Imobiliário, em seus mais variados produtos: apartamentos, casas, lotes, imóvel em multipropriedade, chácaras e até imóveis no metaverso.


Os lançamentos imobiliários se multiplicaram, a busca pela tão sonhada segurança jurídica do setor, veio, após o período conhecido como crise dos distratos e a sanção da Lei 13.786, em dezembro de 2018, pelo ex-presidente Michel Temer. Mesmo com algumas falhas interpretativas ou excesso de “juizites” por parte de uma minoria do judiciário, sem dúvidas a segurança jurídica tida pelo setor hoje em dia é totalmente diferente da insegurança jurídica em relação às rescisões contratuais, vivenciadas em 2016 e 2017, por exemplo.


Além da Lei do Distrato, assim conhecida, também há que se mencionar a Lei da Multipropriedade (13.777/18) e a Lei dos Condomínios de Lotes (13.465/17), ambas essenciais para a regulamentação de institutos que já eram operados pelo segmento imobiliário, com base em outras legislações e estratégias jurídicas.


A depender das políticas governamentais dos próximos anos e percentual da taxa selic, segundo alguns especialistas do setor, temos tudo para passarmos pelo maior boom imobiliário da história do país, tendo este mercado, juntamente com o da Construção Civil, sido um dos mais importantes para o início de retomada econômica do país, em razão da crise de saúde vivenciada.


Por todos esses fatores e análises realizadas é que se percebe o quão especial o ano de 2022 está sendo e será ainda mais para o setor imobiliário.


Acompanhemos, lembrando que o melhor momento para se comprar um imóvel foi há um ano e o segundo melhor momento é agora, pois o metro quadrado continuará a aumentar, com tendência de estabilização daqui mais ou menos três anos, porém, sem nenhuma perspetiva de redução de preço.



Fonte: Rota Juridica.