Além de oferecer novos formatos e até utilização de tecnologia para escolha de áreas, setor também busca manter estabilidade de lançamentos



O início do segundo semestre traz novidades nos lançamentos imobiliários, com novos produtos e formatos que devem servir como uma espécie de “laboratório” das tendências para os próximos anos. Aliado a isso, está ainda a estabilização do setor imobiliário, que desde 2020 vem em curva ascendente de vendas e lançamentos, em uma velocidade considerada saudável pelo mercado.


Para o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 13ª Região (Creci-ES), Aurélio Capua Dallapicula, o segundo semestre de 2022 traz uma perspectiva animadora em termos de lançamentos. “A expectativa é muito boa para novos, pois há uma demanda reprimida. E há notícia, inclusive, de empreendimentos de alto padrão vindo para Vitória, ou seja, lançamentos de destaque para o mercado imobiliário”, avalia.


O ano de 2022 começou de uma forma mais cautelosa com relação aos anos anteriores, mas deve presenciar um aumento nos lançamentos no segundo semestre, em virtude da necessidade de se repor estoques. Ainda de acordo com Dallapicula, os imóveis estão tendo valorização maior que de aplicações normais de mercado financeiro e são excelentes investimentos para o momento e para o futuro.


O diretor da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Espírito Santo (Ademi-ES), Alexandre Schubert, acredita em um ritmo mais contido de lançamentos, visto que há um cenário de incertezas, mas há a necessidade sim de se repor os estoques, que ficaram bem baixos por conta da alta procura por imóveis nos últimos dois anos. E também prevê que 2022 será um ano importante para pautar os produtos que serão lançados nos próximos dois anos.


“Veremos lançamentos no segundo semestre, mas em menor intensidade, pois vivemos um cenário de certezas intensas. Por outro lado, o produto imobiliário é de longo prazo e irá atravessar esse período e teremos lançamentos com mais tecnologia embarcada. Este é um ano de estudos e os lançamentos de 2002 irão definir o que esperar do mercado para 2023 e 2024”, afirma.


Ainda de acordo Schubert, essa espécie de “laboratório” de novidades no setor tem acontecido nos lançamentos desde o ano passado. “Estamos vivendo um período de estudos e experimentações no setor, em virtude da mudança de comportamento das pessoas, que hoje querem receber os outros em casa. E também uma busca em favorecer um ambiente de mais harmonia intrafamília, repensando os espaços, onde possam conviver de forma mais harmônica dentro de suas casas”, analisa.


OPÇÃO SEGURA DE INVESTIMENTO


Apesar das perspectivas animadoras para o segundo semestre, o mercado também vê 2022 com cautela, pois, além de ser um ano eleitoral, há outros fatores que deixam um cenário mais incerto, como uma guerra na Europa e a crise de insumos, que ainda permanece e contribui para jogar o preço da construção civil para o alto.


Em um cenário permeado por inflação e juros altos, o imóvel acaba surgindo como uma opção segura de investimento. Principalmente porque a valorização imobiliária continuará acontecendo, sobretudo em regiões como Vitória e Vila Velha, que aparecem sempre entre as cidades mais valorizadas segundo o índice FipeZap.


“Acredito que teremos um 2022 com valorização moderada. Menor que em 2021, mas ainda positiva, especialmente em Vila Velha, onde os preços ainda são bem atrativos se comparados a Vitória. E isso realmente influenciará a decisão de compra em alta, mantendo a valorização”, avalia o consultor imobiliário Juarez Gustavo Soares.


O vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito Santo (Sinduscon-ES), Leandro Lorenzon, também compartilha a mesma visão de continuar o interesse na compra de imóveis. Para ele, apesar da redução da velocidade de lançamentos de imóveis mais populares, os de médio e alto padrão estão com uma alta demanda.


“As taxas de juros não têm demonstrado ser um problema, principalmente para a classe média, cujos lançamentos estão mais focados nela. Por outro lado, quem tem capital em renda variável deve migrar para o imóvel, pois esta é uma forma de se proteger das incertezas”, afirma Lorenzon.


NOVAS FORMAS DE PENSAR O MERCADO IMOBILIÁRIO


Apesar da procura contínua por imóveis, principalmente de médio e alto padrão, o mercado imobiliário também tem se movimentando para pensar novos formatos de negócios. A utilização de dados, por exemplo, deve influenciar a escolha de novos locais e tipos de empreendimentos. Segundo o CEO da ImobiGroup, Thiago Abreu, as empresas do setor estão “mudando a matriz essencial do modelo de mercados”.


“Há um interesse grande por parte do mercado de capitais, que tem ajudado a inovar a construção civil, já que esse investimento garante a sustentação do negócio sem depender das vendas. E há o compliance imobiliário, onde construtoras e incorporadoras têm usado ferramentas para mitigar oscilações políticas e econômicas”, analisa.



Fonte: A Gazeta.